O Egito reabriu os Colossos de Mémnon restaurados após anos de restauro. Descubra o que torna o monumento famoso, onde se encontra, como lá chegar, os horários de funcionamento e dicas para uma visita tranquila a Luxor

O Egito recorda mais uma vez ao mundo porque é chamado o berço da civilização. Na cidade de Luxor, no sul do país, os Colossos de Mémnon restaurados – estátuas monumentais do faraó Amenófis III, destruídas por um poderoso terramoto há mais de três mil anos – foram oficialmente abertos ao público.

O evento representa mais um passo na estratégia em grande escala do país para revitalizar o turismo e recolocar o Egito como um dos principais centros culturais do mundo.

Neste artigo, descobre o que torna o monumento famoso, onde o visitar e outras notícias importantes do mundo do turismo no Egito.

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Quem foi Amenófis III e porque ficou para a história?

Amenófis III é um dos faraós mais proeminentes do Antigo Egito, que governou durante o período do Império Novo, de 1390 a 1353 a.C. O seu reinado é considerado a "era dourada" do Egito – um período de paz, crescimento económico, diplomacia ativa e construções grandiosas.

Foi por sua ordem que foi construído o magnífico templo mortuário de Luxor, bem como outros edifícios religiosos, em particular o templo de Soleb (no território da actual Núbia). A múmia do faraó encontra-se atualmente guardada no Museu do Cairo.

O que torna famosos os Colossos de Mémnon?

Os Colossos de Mémnon são duas estátuas gigantes de Amenófis III sentado, com 14,5 e 13,6 metros de altura. Erguem-se à entrada do templo mortuário do faraó, na margem ocidental do Nilo, e estão viradas para leste – em direção ao rio e ao nascer do sol.

As estátuas foram esculpidas em alabastro egípcio, trazido das pedreiras de Hatnub, no Médio Egito. Ao contrário de muitas outras esculturas monumentais, os colossos eram compostos por elementos individuais fixados num núcleo monolítico de pedra.

Por volta de 1200 a.C., um poderoso terramoto destruiu não só o templo, mas também as próprias estátuas. Ao longo dos séculos, os seus fragmentos foram espalhados pela região, sendo que alguns blocos foram mesmo reutilizados durante a construção do Templo de Karnak.

As estátuas retratam o faraó sentado com as mãos na cintura. Veste um nemes (touca de duas coroas) e uma saia real plissada, simbolizando o poder divino. Aos seus pés, encontram-se estátuas mais pequenas que representam a sua esposa, a rainha Tiya.

O Ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathi, enfatizou que os Colossos de Mêmnon se tornarão uma das principais atrações turísticas de Luxor nas próximas décadas.

Quando se iniciou o restauro das estátuas dos Colossos de Mêmnon?

Os trabalhos de restauro dos Colossos de Mêmnon começaram no final da década de 1990, como parte de uma missão arqueológica egípcio-alemã liderada pelo renomado egiptólogo Khourig Suruzian. Os arqueólogos remontaram-nos literalmente peça a peça.

Segundo Mohamed Ismail, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, o projeto visava não só montar as estátuas, mas também recriar, tanto quanto possível, o aspeto original do complexo funerário de Amenófis III, considerado o maior complexo de templos do Antigo Egito, com uma área de 35 hectares.

Onde se localizam os Colossos de Mêmnon?

As estátuas restauradas voltam a marcar a entrada do Templo Mortuário de Amenófis III, o maior complexo de templos do Antigo Egito, com 35 hectares.

Como chegar aos Colossos de Mémnon?

Luxor é facilmente acessível de avião, através do aeroporto internacional, ou de comboio, que opera duas vezes por dia e liga a cidade ao Cairo e a Assuão. 

Para chegar à margem oeste do Nilo, pode atravessar a ponte de carro ou de autocarro, ou, para uma experiência mais autêntica, os turistas podem fazer a travessia em jangadas tradicionais, como faziam antigamente.

Horário de visitação dos Colossos de Mémnon

A zona arqueológica está aberta diariamente das 6h00 às 17h00, o que permite planear uma visita ao monumento num horário conveniente.

Custo da visita aos Colossos de Mêmnon

A entrada nos Colossos de Mêmnon é gratuita, mas para uma compreensão mais profunda da história das estátuas, recomenda-se a contratação de um guia. Alguns cruzeiros pelo Nilo com partida e chegada em Luxor incluem uma visita aos Colossos no itinerário.

Túmulo de Amenófis III aberto em outubro de 2025 após 20 anos de restauro

Em outubro de 2025, o Egito abriu também aos visitantes um dos túmulos reais mais importantes do Vale dos Reis: o túmulo do faraó Amenófis III, que esteve em restauro durante mais de 20 anos.

O túmulo é um dos maiores do Vale dos Reis e tem um corredor inclinado com 36 metros de comprimento e 14 metros de profundidade, que conduz a três câmaras interligadas. A câmara funerária central era o local onde repousava o próprio faraó, e as duas câmaras laterais estavam destinadas às suas esposas – as rainhas Tiye e Sitamun.

O interior impressiona pela sua qualidade artística: as paredes estão decoradas com cenas do “Livro dos Mortos”, imagens de divindades e do próprio Amenófis III. O teto está decorado com estrelas amarelas sobre um fundo azul escuro, simbolizando o reino dos céus, e inscrições dos textos de Amduat supostamente ajudavam o faraó a navegar no além.

Durante o restauro, os especialistas recolheram mais de 200 fragmentos da tampa do sarcófago, feita de granito vermelho, danificada em consequência de roubos ocorridos há séculos. O artefacto restaurado está agora instalado sobre uma estrutura metálica especial.

O túmulo foi documentado pela primeira vez em 1799, durante a campanha egípcia de Napoleão, e foi totalmente escavado pelo arqueólogo Howard Carter em 1915.

A descoberta dos Colossos de Mémnon e do túmulo de Amenófis III coincidiu com a inauguração do Grande Museu Egípcio, junto às pirâmides de Gizé, um megaprojeto avaliado em cerca de mil milhões de dólares.

De um modo geral, o Egipto afirma cada vez mais que a sua história não só está a ser preservada, como também está a ser revitalizada. Segundo dados oficiais, um número recorde de 15,7 milhões de turistas visitou o Egito em 2024, e nos próximos anos as autoridades planeiam aumentar este número para 30 milhões por ano.

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Lembrete! O Grande Museu Egípcio de Gizé foi inaugurado a 4 de novembro de 2025. Já falámos das exposições, horários de funcionamento, bilhetes, roteiros e os principais tesouros do GEM.

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