Malta é um pequeno país situado no coração do Mar Mediterrâneo, que se tornou um dos países mais desejados para viver graças ao programa de cidadania por investimento. Saiba mais sobre as razões pelas quais o passaporte maltês é único

A Ordem de Malta, também conhecida por Cavaleiros de Malta, é muito mais do que uma simples organização religiosa ou humanitária. Esta organização, que tem uma história de mais de 1000 anos, é um verdadeiro Estado soberano. Tem o seu próprio estatuto na ONU, constituição, passaportes, matrículas de automóveis e até selos, embora não tenha território próprio. Trata-se de um fenómeno único que demonstra que a soberania pode existir independentemente de territórios específicos e que o seu significado pode assumir muitas formas.

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História do Estado de Malta

Os Cavaleiros nasceram como uma ordem separada em Jerusalém, por volta de 1099, e em 1530 o rei de Espanha concedeu-lhes o arquipélago maltês. Napoleão Bonaparte expulsou os Cavaleiros de Malta durante a invasão francesa de 1798 e, atualmente, a sede da ordem encontra-se em Roma, Italy. De acordo com Daniel de Petri Testaferrata, presidente da Ordem, apenas cerca de 100 dos 13 500 cavaleiros, damas e capelães vivem no arquipélago maltês. 

Os primeiros passaportes foram emitidos pela Ordem de Malta em 1300, quando os seus diplomatas viajavam para outros países com documentos que atestavam o seu papel de embaixadores. Após a Segunda Guerra Mundial, a utilização do passaporte diplomático assumiu as características dos passaportes utilizados noutros países. Atualmente, existem apenas cerca de 500 passaportes diplomáticos em circulação, o que faz dele o passaporte mais raro do mundo.

Razões da exclusividade do passaporte Maltês

O passaporte carmesim da Ordem, que simboliza o sangue de Cristo, é reservado aos membros do Conselho Soberano, aos chefes das missões diplomáticas e às suas famílias. É decorado com uma inscrição dourada em francês "Ordre Souverain Militaire de Malta" ("Ordem Soberana Militar de Malta") e com o brasão de armas.

Os passaportes são emitidos para os membros do governo durante o período de duração dos seus mandatos, mas os passaportes dos Grão-Mestres são os que têm a validade mais longa, uma vez que são eleitos por 10 anos e podem exercer dois mandatos. A sua demissão é obrigatória até atingirem 85 anos de idade. Os outros passaportes são válidos por quatro anos e são utilizados exclusivamente para missões diplomáticas.

Os passaportes têm 44 páginas e ostentam a marca de água da cruz de Malta sem quaisquer decorações ou imagens adicionais. Eugenio Agroldi di Robbiate, antigo diretor de comunicação da Ordem, descreve as reacções cómicas dos funcionários aduaneiros ao passaporte. "Provavelmente, nunca o tinham visto antes. Uma vez, quando cheguei ao aeroporto de Banguecoque, uma multidão de operadores no controlo de passaportes queria ver o meu passaporte raro e tirar uma selfie com ele."

Dois terços dos países Schengen reconhecem o passaporte diplomático e a Ordem trabalha em estreita colaboração com países que não têm relações diplomáticas formais. A Ordem também presta assistência médica e humanitária de emergência às vítimas de conflitos ou de catástrofes naturais, gerindo hospitais, serviços de ambulância, centros de saúde e outras instituições sociais.

História da cavalaria em Malta

Viajando por Malta, pode aprender muito sobre a história única dos Cavaleiros de Malta, embora seja quase impossível encontrar um cavaleiro. No entanto, as ilhas de Malta têm inúmeros locais que revelam a riqueza e a singularidade desta ordem.

O Forte de Sant'Angelo, situado na ilha principal, impressiona pela sua grandeza e imponência. O forte foi outrora a sede da ordem e ainda é parcialmente propriedade dos cavaleiros. Pode visitar a Capela de Santa Ana no topo do forte, onde o Grão-Mestre de Valette rezou durante o Grande Cerco de 1565.

Mdina, a capital medieval de Malta, alberga o espetáculo audiovisual 3D Os Cavaleiros de Malta na Casa Magazzini. A exposição oferece informações pormenorizadas sobre a história da ordem em Malta, começando com a doação do arquipélago pelo Rei de Espanha em 1530.

Na capital, Valeta, pode visitar a Biblioteca Nacional de Malta, que alberga a cópia do Postulado de Voluntaris, um importante documento que confirma a soberania da Ordem. A sala do trono do Palácio do Grão-Mestre, onde os cavaleiros costumavam ser recebidos, está decorada com frescos antigos e é uma joia da arquitetura.

Na Casa Rocca Piccola, que pertenceu à família de Piro, pode conhecer-se outra parte da história da Ordem. Outro local atrativo é o Rosselli AX Privilege, a antiga casa de um cavaleiro maltês, que foi convertida num hotel boutique.

Embora a possibilidade de conhecer um Cavaleiro da Ordem de Malta seja improvável, ficará a conhecer o fascinante mundo da história e da cultura que rodeia esta distinta ordem.

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